data de lançamento:2025-01-18 14:39 tempo visitado:86
[RESUMO] Autor relembra a trajetória de Tom Jobimjogo di tigre, que morreu em 8 de dezembro de 1994. Interligando a formação musical clássica, os aprendizados na noite carioca, o surgimento da bossa nova, as parcerias com Vinicius de Moraes e João Gilberto e o precursor ambientalismo, texto descreve como Tom e sua música permanecem símbolos poderosos da identidade brasileira.
Não é exagero afirmar que Antonio Carlos Jobim reinventou a música popular brasileira. Antes dele, ela se repartia entre as diversas expressões do samba, as serenatas, os gêneros regionais e as paixões melancólicas derivadas do bolero, às vezes embaladas em samba-canção.
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Ao falar de um criador dessa grandeza, costuma-se considerá-lo um divisor de águas. Tom, mais do que isso, é a confluência, o estuário onde deságuam todas as águas da música do Brasil. E embora tenha deixado o reino deste mundo há exatos 30 anos, sua música continua a nortear o presente e, provavelmente, ajudará a inventar o futuro. Como explicar a força de sua presença?
O compositor Antonio Carlos Jobim em sua residência, no Rio, em 1994 - Ana Ottoni/FolhapressOs anos de estudo dos clássicos fizeram com que Tom conhecesse por dentro as harmonias de Ravel e Debussy. O trabalho como arranjador a serviço de gravadoras fez com que frequentasse os labirintos da música popular brasileira.
Saque imediato de R$5 no Pix - Jogue com apenas 1 real tigerfortuneAlém disso, como pianista na vida noturna carioca, período que ele chamava de "cubo de trevas", Tom aprendeu de cor os standards da música internacional. A soma dessas experiências levou-o a absorver uma espécie de antologia da música do mundo.
Na intimidade, ele gostava de mostrar ao piano conexões imprevistas. Por exemplo, fragmentos do impressionismo musical francês absorvidos pela canção brasileira, como na canção "Linda Flor", cuja harmonia é semelhante ao final da valsa "La Plus que Lente", de Debussy.
Também gostava de mencionar o "Prelúdio Número 4", de Chopin —que chamava, brincando, de "Insensatez", por conta das semelhanças entre a sua própria canção e a do compositor clássico. E costumava ouvir e estudar orquestrações complexas como as da "A Sagração da Primavera", de Stravinsky, um de seus ídolos, e do "Concerto em Sol", de Ravel.
Talvez caiba também mencionar a importância do acaso. A formação do Tom compositor aconteceu durante os anos dourados do samba-canção. Não por acaso, aliás, ele foi parceiro de Dolores Duran, uma das figuras mais notáveis do gênero.
E depois houve o encontro com a batida de João Gilberto e a poesia de Vinicius de Moraes. João trouxe para o violão uma síntese apolínea do samba. Já Vinicius trouxe para as palavras da música brasileira uma delicadeza e uma alegria que talvez só achassem precedente nas liras de séculos anteriores. Graças a esse duplo encontro, a música de Tom se tornou planetária.
Aqui faço um parêntese. Tom tinha paixão por literatura. Carlos Drummond de Andrade era seu poeta favorito, mas o encontro com Vinicius foi fundamental para sua formação artística.
Tudo começou com a peça "Orfeu da Conceição", escrita por Vinicius e levada aos palcos em 1956. O poeta chegara pouco antes da Europa, determinado a encenar o espetáculo com o dinheiro que poupara de seu salário de diplomata.
Estava em busca de um parceiro que compusesse as canções da peça. O destino reuniu Tom e Vinicius no bar Villarino, centro do Rio, onde o musicólogo Lúcio Rangel, o padrinho da parceria, fez as apresentações e propôs a Tom que criasse as músicas.
Tom perguntou: "Tem um dinheirinho nisso?". Lúcio Rangel ficou chocado, como se fosse uma ofensa falar em dinheiro diante da poesia, e rebateu: "Mas Tom, é o poeta Vinicius de Moraes!". Tom adorava repetir essa história, explicando entre sorrisos que sua pergunta era inevitável, porque, à época, ele vivia, segundo suas palavras, "competindo contra o aluguel".
Depois de algumas tentativas frustradas, a primeira canção finalizada pela dupla foi "Se Todos Fossem Iguais a Você". Alguns críticos reclamaram da mistura de tratamentos na letra, que começa na segunda pessoa, e diz: "Vai tua vida/ teu caminho é de paz e amor/ a tua vida/ é uma linda canção de amor...". Depois misturam-se o tu e o você, como no verso que dá título à música.
Vinicius respondeu às críticas: "Ninguémjogo di tigre, a não ser as múmias da Academia Brasileira de Letras, diria à namorada: ‘Eu a amo.’ [Se disser assim] O máximo que obterá da namorada é o comentário: ‘Ele fala difícil...’ O que se fala no Brasil é: ‘Eu te amo. E você é a coisa mais bonita do mundo'".
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